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A pluralidade do café
Data:  |  Categoria: História

A pluralidade do café

Café ao acordar pela manhã. Café com seus colegas. Degustação de cafés. Para Alexandre Chen, comercializar café é uma extensão natural de seu interesse e paixão pessoal.

A pluralidade do café

“Minha esposa sempre me diz que eu deveria beber menos, mas eu adoro café”, diz Chen, Trader Manager da COFCO International, que administra a unidade de negócios de café no Brasil desde 2018.

“Sempre gostei de tomar café pela manhã e meu dia não começa sem ele. No escritório, certifico-me de ter uma máquina perto de mim, para que seja fácil pegar uma xícara e preparar um expresso. Quando quero fazer uma pausa, é bom tomar um café e conversar com as pessoas ao redor da máquina.”

Os pais de Chen vieram da China e ele nasceu no Brasil. Atua em commodities desde 2001, com foco 100% em café desde 2004.

“Escolhi trabalhar com café porque é um mercado exótico. Há uma grande variedade de qualidades de café, então não é bem uma commodity”, explica. “Adoro prová-los para identificar as nuances. Quando vou para a sala de classificação para tomar uma xícara com a equipe e vejo cafés diferentes na mesa, isso me faz pensar em filmes e pessoas discutindo sobre uma xícara, depois de beber. Falamos sobre atributos finos, os defeitos, aspectos da qualidade, e isso é muito interessante. Sempre que me oferecem algumas amostras, minha resposta é sempre sim – se o tempo permitir. Adoro ter a oportunidade de encontrar cafés diferentes e identificar os meus preferidos, sendo aqueles com boa acidez e doçura.”

Alexandre Chen é responsável pela divisão de café da COFCO International, que movimenta 120 milhões de quilos de café do Brasil por ano

Oportunidades globais

Chen ingressou na COFCO International em 2017 como trader sênior e se tornou responsável pela divisão de café no Brasil no ano seguinte. Sua equipe origina cafés das principais áreas de cultivo do Brasil, tanto arábica quanto conilon, abrangendo compra, venda, hedge, conferência de pagamentos e entrega dentro do prazo. Eles vendem principalmente para torrefadores e tradings nos EUA e na Europa. O Japão é um mercado significativo na Ásia e a China tem um grande potencial.

A COFCO International está entre as 10 maiores comercializadoras de café do Brasil, movimentando um volume total de até 120 milhões de quilos por ano. A equipe de Chen trabalha com cerca de 500 fornecedores e mais de 50 compradores.

“O consumo da China já é maior do que em vários países importantes. Mas continua como uma pedra preciosa não lapidada, e todo mundo espera que ela exploda mais cedo ou mais tarde devido ao tamanho da população”, diz Chen.

Existem oportunidades significativas para a COFCO International com café no Brasil, que é o maior produtor mundial. É uma empresa em crescimento por lá com vários tipos de operações, e a equipe de Chen sabe da importância de estar mais perto dos agricultores e cooperativas.

“Nosso trabalho aqui é ter pessoas suficientes para alcançar diretamente os agricultores e cooperativas, em vez de nos comunicarmos por meio de escritórios de representação no país. Isso significa expandir a equipe e nosso alcance e criar novas operações”, diz Chen. “Como empresa de café, ainda somos considerados uma novata aqui pelos nossos concorrentes, mas estamos crescendo no Brasil a cada ano e temos grandes planos para os próximos cinco, 10 e 20 anos.”

Uma equipe maior significa um contato mais direto com os produtores do que com os corretores, melhorando as informações sobre a entrada da produção, o que, por sua vez, proporciona mais agilidade no trato com os clientes em relação ao blend e à qualidade que pode ser fornecida. O departamento de Chen também trabalha com muitos produtores certificados onde a terra é auditada por questões de sustentabilidade, como desmatamento, direitos trabalhistas, resíduos fluviais e temas socioambientais, pelos quais os consumidores estão cada vez mais exigentes e dispostos a pagar por isso.

A equipe de Chen origina café das principais áreas de cultivo no Brasil, abrangendo compra, venda, hedge, verificação de pagamentos e entrega dentro do prazo. Eles vendem principalmente para torrefadores e tradings nos EUA e na Europa.

Combinando para atender a demanda

Em um dia normal, Chen e sua equipe avaliam a programação e seus armazéns, quantas cargas e descargas são esperadas e quantos contêineres serão enviados. É particularmente importante acompanhar de perto o cronograma e as entregas. No ambiente de hoje, a logística e os preços podem mudar rapidamente durante períodos de demanda volátil e mercados futuros.

Uma tarefa fundamental é verificar a qualidade do café, garantindo que a compra seja a mesma que entra no armazém. Para isso, a equipe de qualidade trabalha com amostras tanto na fonte quanto nos armazéns.

“Temos que escolher cafés diferentes para estar em nosso estoque para cobrir o que nossos clientes desejam, depois misturamos no armazém para atender à demanda”, diz Chen.

Uma das primeiras coisas que Chen fez como responsável do departamento foi reunir toda a equipe, com qualidade ao lado do comercial. Isso significa melhorar as comunicações, em termos de garantia de qualidade e fornecimento, venda e preço desde os pontos de compra até as equipes de destino.

Esse fluxo de informações tornou-se ainda mais importante com a mudança do quadro de demanda causada pela Covid-19. Isso tornou a logística dos portos e movimentação de estoques mais complicada e causou volatilidade na demanda devido à redução significativa do consumo de café em escritórios, restaurantes, cafés e postos de gasolina. Agora, como a pandemia parece estar diminuindo e as restrições acabando, a demanda está melhorando novamente.

“Você precisa saber tudo do início ao fim da cadeia – produção, colheita, armazém e todo o caminho até o contêiner, envio e chegada ao destino”, diz Chen. “Não existe o melhor café do mundo. Depende do gosto do consumidor e do sabor que ele gosta. É a interação com os clientes que diferencia o café de outras commodities.”

"Eu adoro café. Sempre gostei de manhã e meu dia não começa sem ele", diz Alexandre Chen.

Do laboratório à degustação em casa

Para Chen, as degustações com os clientes e no laboratório são algumas das partes mais agradáveis de seu trabalho.

O laboratório – onde a equipe avalia o café, em termos de cor dos grãos torrados, seu crescimento e tamanho – está localizado no escritório da COFCO International em Santos, maior porto do Brasil que tem uma longa história de comercialização e exportação de café. O laboratório trabalha com latas de estanho ou plástico com diferentes amostras e tamanhos de grãos. Eles então moem os grãos e despejam a água, cheiram o café, deixam descansar até esfriar um pouco e então, finalmente, degustam.

“Normalmente, fazemos 10 xícaras para cada amostra e pode haver 100 amostras em um dia. É bastante!” diz Chen. “Visitar clientes em turnê também é muito divertido. Retiramos algumas amostras e alguém da equipe de qualidade junto com nossa equipe de destino discute o que é desejável no café e o que não é. É ótimo ter essa interação direta sobre o produto. Queremos entregar consistência na qualidade”, explica.

Essa relação com o café não termina apenas no final do dia de trabalho.

“Durante o fim de semana gosto de café filtrado, e durante a semana o expresso é o meu preferido, sobretudo porque é rápido de preparar. Gosto de selecionar diferentes sabores e gosto de testar diferentes qualidades com meus pais e amigos. O feedback deles sobre o que eles percebem como bom ou não é, muitas vezes, quase na direção oposta aos compradores internacionais. Então, na maioria das vezes, eles dizem: 'Isso não é bom', apenas para ouvir de mim: 'Isso é o melhor dos melhores!'. Portanto, há alguns desacordos familiares e discussões ao longo da tarde”, diz Chen, com um sorriso no rosto.

“Para nós é ininterrupto. Estamos sempre falando de café e é um pouco um vício. Felizmente, mesmo que eu beba um café às 22h, ainda consigo dormir.”

 

"Eu adoro café. Sempre gostei de manhã e meu dia não começa sem ele", diz Alexandre Chen.

 

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