COVID-19: Caminhoneiros brasileiros mantêm a cadeia de suprimentos em funcionamento
Transportando pelas longas rodovias do Mato Grosso até os portos do Atlântico, os caminhoneiros são os heróis desconhecidos que mantêm as cadeias de suprimentos locais e globais em funcionamento.
Contudo a pandemia tornou suas jornadas árduas muito mais difíceis. Restrições para retardar a propagação do COVID-19 fecharam restaurantes, paradas para descanso e serviços de reparo ao longo de suas rotas. Outros procedimentos de segurança e higiene causam atrasos adicionais.
"Os motoristas são o coração pulsante da cadeia de suprimentos do Brasil", diz Carolina Hernandez, diretora comercial de grãos e oleaginosas no Brasil.
“Eles desempenham um papel central na sociedade, garantindo o fornecimento de alimentos, medicamentos, combustível e outros produtos essenciais para o Brasil e o exterior. Sem eles, a cadeia de suprimentos entraria em colapso.”
Para realizar seu trabalho, uma vez que a pandemia restringe seu trabalho, os caminhoneiros precisam de suprimentos de alimentos, instalações sanitárias e materiais de proteção - luvas, máscaras e álcool gel- ao longo de suas rotas.
Segundo Amauri Ficanha, chefe de operações da COFCO Brasil, o principal desafio é garantir o bem-estar, a segurança e a saúde dos motoristas durante a viagem. "Alguns motoristas percorrem 500, 1000 ou mesmo 2000 km e, é claro, precisam comer, descansar e permanecer seguros em todas as etapas de sua jornada", diz ele.
Para ajudar os caminhoneiros, a COFCO fez uma parceria com os sindicatos dos caminhoneiros para levar as mercadorias do campo e da fazenda aos portos e outros centros do Brasil.
Todos os dias, nos pontos em que os caminhões carregam e descarregam, são entregues cerca de 600 kits de alimentos. A cada mês, cerca de 20.000 máscaras faciais da China serão entregues aos motoristas, protegendo-os sempre que precisarem deixar seus veículos.
A COFCO Brasil também adotou verificações obrigatórias de temperatura e campanhas de conscientização, além de desinfecções e distanciamento social, para impedir que o vírus se espalhe pelo país.
Saúde e alimentos
Para Paulo Henrique Ribeiro, que percorre os 2.500 km de Rondonópolis, no Mato Grasso, até Belém, perto do delta do rio Amazonas, no Oceano Atlântico, essas etapas fazem uma grande diferença.
O transporte de biodiesel, uma parte essencial do suprimento de energia do Brasil, pode mantê-lo na estrada por até seis dias por vez.
"Essa ajuda é vital para o nosso trabalho, para nos manter em atividade", diz ele. "Normalmente, minha principal preocupação é levar as mercadorias com segurança de um lugar para outro e focar na minha direção", acrescenta. "Agora também penso na minha saúde, na saúde dos outros, onde e o que vou comer."
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de alimentos e um dos principais exportadores de soja, carne bovina, café e açúcar. Qualquer interrupção em suas cadeias de suprimentos teria grandes consequências em todo o mundo.
Para evitar interrupções e proteger algumas atividades essenciais ligadas às cadeias de suprimentos, o governo federal adaptou algumas restrições.
“Isso torna ainda mais importante para nós aplicar estritamente medidas de proteção e intervir para ajudar a proteger trabalhadores vitais, incluindo motoristas de caminhão”, afirmou o gerente de logística da COFCO, Rafael Esteves.
"Os caminhoneiros tornaram possível manter a cadeia de suprimentos em benefício do Brasil e do resto do mundo".